Essa árvore leva o nome de quaresmeira, pois floresce, próxima, ao Tempo Litúrgico em que a Santa Igreja dá início aos quarenta dias, que antecedem a Semana Santa denominado de Quaresma. Todo o panorama fica tingido por infinidades de flores brancas e roxas. Nascem com a cor da pureza e terminam com a da penitência.
A natureza, como que, celebra esse tempo forte do Ano Litúrgico, onde os paramentos são de cor roxa e os fiéis são convidados a reflexão, oração, ao jejum e abstinência. Da-se início na Quarta-feira de Cinzas e se estende até o Domingo de Ramos.
Esses quarenta dias são para lembrar: os quarenta dias do Dilúvio, a peregrinação do povo judeu pelo deserto durante os 40 anos, os profetas Elias e Moisés que se retiraram ao monte por 40 dias. A oração de Nosso Divino Salvador durante 40 dias, antes de sua vida pública, entre outras passagens das Sagradas Escrituras.
A imposição das cinzas é feita durante a celebração litúrgica, onde cada fiel é marcado na fronte com uma cruz com as cinzas dos ramos, guardados para essa ocasião, do Domingo de Ramos. Ouviremos, durante a Missa, ao profeta Joel dizendo: “Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai os vossos corações e não as vestes, e voltai para o Senhor o vosso Deus...” (Joel,2,12-18).
O Sacerdote ao traçar a cruz em nossas testas dirá: “Lembra te homem, que do pó vens, e para o pó voltarás”. A imposição, nos lembra como é efêmera nossa vida sobre a terra e passa rápido, como a flor do campo que de manhã desabrocha e à tarde já não existe mais. Fala-nos de batalha e luta, como as teve Nosso Senhor no deserto ao enfrentar o demônio.
Assim nos ensina o Papa Bento XVI: “Quaresma recorda-nos que a existência cristã é um combate incessante, no qual devem ser utilizadas as "armas" da oração, do jejum e da penitência. Lutar contra o mal, contra qualquer forma de egoísmo e de ódio, e morrer para si mesmos para viver em Deus é o itinerário ascético que cada discípulo de Jesus está chamado a percorrer com humildade e paciência, com generosidade e perseverança" (Papa Bento XVI,homilia, Basílica de Santa Sabina, 1º de Março de 2006).
Tempo de revermos nossos caminhos, tempo de oferecermos sacrifícios por nossos pecados e pelos alheios. Tempo augusto que nos preparará para irmos ao encontro de Nosso doce Redentor na Cruz do Calvário, onde morreu por nossa Redenção.
Tempo de estarmos unidos a Maria, Mãe das Dores, e com Ela percorremos a Via Dolorosa, na certeza que depois das lutas, sofrimentos e dores dessa vida encontraremos Jesus Ressuscitado!
Pe. Hamilton José Naville