sábado, 7 de janeiro de 2012

O silêncio


Venho compartilhar com vocês uma experiência que alguns possam, já, ter vivido: o silêncio.

Sim! O silêncio que não se trata propriamente da ausência de ruídos. Também o é, mas especialmente refiro-me a ação da graça em nossas almas.

Claro que existe um silêncio que nos ajuda a meditar, a contemplar e necessário é, para isso, isolarmo-nos dos sons estridentes das cidades grandes: motores, aglomerações, músicas que desrespeitam toda regra da harmonia, a própria velocidade da vida moderna...
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Recentemente voltando de Santiago do Chile, onde fomos participar de um congresso católico sobre comunicação digital, nosso avião sobrevoou as famosas Cordilheiras dos Andes. Estava eu num lugar privilegiado, junto a uma janela, e diante dos meus olhos passava um panorama de sonhos.

Eram montanhas, caprichosamente, adornadas com neve. Faziam-me lembrar bolos confeitados com puro chantili. Reportavam-me à grandeza de um Deus criador de todas as belezas. E sentia desde nossa cabine o silêncio e o mistério daqueles cumes que em muitos, certamente, o homem não pisou.

Trouxe-me também outra impressão, recente, irmã desse esplendor que se descortinava sobre os meus olhos. Refiro-me à visita que fiz ao convento onde viveu  Santa Teresa dos Andes. Um prédio pobre, mas mergulhado na riqueza das bênçãos Divina.

Visitamos a gruta em que Santa Teresa teve a revelação de sua morte! A palmeira onde se apoiava quando rezava a Nossa Senhora de Lourdes. Os corredores por onde andou, a capela onde rezou. Em uma palavra, sentimos Deus muito perto de nós. Convivemos com os anjos que lá habitam.

Silêncio e paz reinavam, ali. Alegria de almas que viveram na virtude, recolhidas, orantes e tendo como fundo as montanhas nevadas. Habitação de santos!

Estando, nesse antigo monastério carmelita, pensei em todos os participantes de nossa querida Associação Nossa Senhora das Graças e resolvi escrever esse artigo, para transmitir um pouco desse ambiente sobrenatural.

Em uma de suas catequeses, o Papa Bento XVI tratando sobre o tema disse:

 “O silêncio é a condição ambiental que melhor favorece o recolhimento, a escuta de Deus, a meditação. Já o fato de apreciar o silêncio, para deixar-se, por assim dizer, "encher-se" pelo silêncio, predispõe-nos à oração.”

Sigamos esse conselho vindo da Cátedra de Pedro! Procuremos em nossas vidas esses momentos de reflexão, de oração e aí encontraremos, também, Maria Santíssima.

Lembremo-nos de Santa Catarina Labouré, que encontrou Nossa Senhora dentro do recolhimento e oração. Façamos, então, o mesmo!
Um grande abraço a todos.

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Pe. Hamilton José Naville