terça-feira, 27 de março de 2012

O uso das Medalhas


São devoções que nos ajudam em nosso dia-a-dia: nos perigos, aflições e nos remete junto de Deus!

Seria interessante imaginar como ocorreu ao primeiro ser humano a ideia de usar um adorno. Ao que tudo indica, o primeiro enfeite teria nascido de um entrelaçamento de ramos de flores, dando origem a um diadema, um colar ou algo do gênero. Posteriormente, pedras, ossos e chifres deram lugar a colares, pulseiras e capacetes. No entanto, quando começaram a surgir os primeiros objetos de metal, a arte humana passou a produzir ornamentos de variadas formas e valores. E entre eles, as medalhas se tornaram especialmente populares.
Antiguidade do uso de medalhas cristãos
Seja ao redor do pescoço, no pulso ou de qualquer outra forma, desde os primeiros tempos da era cristã havia o piedoso uso de medalhas como objetos de devoção. Foi uma forma evangelizadora de instruir os neoconvertidos à fé e aumentar-lhes a estima por Nosso Senhor, Nossa Senhora, os Anjos e Santos. Pouco a pouco os recém-batizados iam trocando amuletos e fetiches pagãos por cruzes e medalhas.
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Na Idade Média, o uso de medalhas tornou-se ainda mais comum, sobretudo como devoção popular. Quem as portava atribuía a elas proteção especial, invocando o santo da medalha para livrar-se das tentações, de criminosos, peste, lepra e outros males. A medalha de São Bento, repleta de símbolos e inscrições, é um belo exemplo desse costume.

Nessa época também se tornou comum aos Santuários Marianos cunharem medalhas comemorativas, exibindo a efígie de Maria Santíssima, sob uma invocação específica.

No século XV, a Igreja mandou cunhar e distribuir a medalha do jubileu, costume que se estende até os nossos dias.

As medalhas são verdadeiros sacramentais

Como nos ensina o Compendio do Catecismo da Igreja Católica, as medalhas católicas por serem bentas, são verdadeiros sacramentais, ou seja, “sinais sagrados instituídos pela Igreja por meio dos quais se santificam algumas circunstâncias da vida. Compõem-se de uma oração acompanhada pelo sinal-da-cruz e por outros sinais. Entre os sacramentais ocupam um lugar importante as bênçãos, que são um louvor de Deus e uma oração para obter os seus dons, as consagrações das pessoas e as dedicações de coisas ao culto de Deus” (§351).

O Catecismo da Igreja Católica faz questão de salientar que “Além da liturgia sacramental e dos sacramentais, a catequese tem de levar em conta as formas da piedade dos fiéis e da religiosidade popular. O senso religioso do povo cristão encontrou, em todas as épocas, sua expressão em formas diversas de piedade que circundam a vida sacramental da Igreja, como a veneração de relíquias, visitas a santuários, peregrinações, procissões, via-sacra, danças religiosas, o rosário, as medalhas etc.” (§1674).

Medalhas de São Bento, São Miguel Arcanjo, Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Graças (medalha milagrosa), uma vez abençoadas, são exemplos de sacramentais. Como tais, conferem bens espirituais (ex: predispor a alma para receber graças) e bens temporais (ex: proteção).

Medalha Milagrosa: uma das mais populares entre os católicos

Medalha Milagrosa.jpgA medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças é uma das mais populares entre os católicos apostólicos romanos, quiçá seja a mais popular. Desde o século XIX, quando a Santíssima Virgem ordenou a Santa Catarina Labouré que a medalha fosse cunhada, o número de medalhas distribuídas é incontável. Em 1876, ano da morte de Santa Catarina, já se contabilizava mais de um bilhão.

As primeiras medalhas foram cunhadas pela Casa Vachette, em número de 20 mil e eram conhecidas pelo nome de “medalhas da Imaculada Conceição”. As Filhas da Caridade foram as responsáveis pela distribuição, e logo puderam observar um sem número de graças e milagres. Em apenas sete anos, mais de dez milhões de medalhas foram distribuídas pelo mundo todo. Em pouco tempo, os fiéis passaram a chamá-la de “medalha milagrosa”.

Da Redaçã

sexta-feira, 16 de março de 2012

Quanto necessitamos de ajuda, proteção, em nossas angústias e aflições. A solução está aqui!


Seguro protetor em nossas aflições

Sao Jose.jpgJunto ao azul do Adriático, encontramos num povoado pertencente à comuna de Ancona, na região da Marche, um edifício imponente que se lança ao céu e acolhe, com maternal bondade, a milhares de peregrinos que ali vão para venerar uma relíquia: A Casa Santa de Loreto. Ela está incrustada dentro do Santuário, adornada de mármores. Pequena, mas com um significado que toca o infinito. Em suas paredes pode-se divisar: Hic Verbum caro factum est!Aqui o Verbo se fez carne!

Ali viveram Jesus, Maria e José!

Imaginemos uma tarde de outono, nessa humilde habitação em Nazareth, onde o sol diáfano se mistura com as cores e os perfumes das árvores frutíferas. Sentado à beira da porta está o Menino Deus a espera de seu pai: José. Ele espreita a estrada, contempla o céu e de repente vê ao longe São José que se aproxima. Sai correndo ao seu encontro e o abraça. Caminham juntos de mãos dadas conversando sobre os acontecimentos diários. O dois, pai e Filho, divisam na janela, dessa humilde habitação, Maria que sorri e os espera, para o jantar...

Ele, José, o pai adotivo do Verbo Encarnado, esposo da Virgem Maria. Difícil é comensurar a grandeza dessa alma que foi escolhida por Deus para desempenhar esse papel. Hernest Hello (Physionomies de Saints, Paris, 1875)considera que São José é a sombra do Pai! A pessoa onde se projeta a sombra do Pai densa e profunda. É o homem do silêncio, aquele que mal é tocado pela palavra. Sempre sóbrio em palavras, envolto num santo silêncio. Silêncio de louvor!

No Evangelho temos apenas essa referência: Era um homem justo. Essa justiça é santidade, união com a vontade de Deus, fidelidade ao cumprimento da missão que lhe fora outorgada e sobretudo o amor na realização dos desígnios divinos. Quanta dor e quanto amor vendo a um Deus-Menino nascer na pobreza. Presenciar as primeira gotas do Preciosíssimo Sangue de Jesus a correr por ocasião da circuncisão. Ouvir a profecia do velho Simeão ao predizer os sofrimentos de Jesus e Maria. A fuga ao Egito, a perda e o encontro de seu Filho querido no Templo. Uma vida de amor e holocausto vivida dentro da contemplação.

Patrono da Santa Igreja, patrono da família, patrono dos trabalhadores, patrono da boa morte. Poderoso intercessor junto a Deus em favor de nossas necessidades. Ouçamos o o conselho que nos dá a grande Tereza de Ávila, sobre a intercessão de São José:

Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele. Vi claro que, tanto desta necessidade como de outras maiores, de perder a honra e perder a alma, este pai e senhor meu me livrou melhor do que eu lhe saberia pedir. Não me recordo, até agora, de lhe haver suplicado nada que não tenha deixado de fazer.

Padre Hamilton Naville.jpgContinua a santa carmelita: É coisa que espanta (que maravilha) as grandes mercês que me tem feito Deus por meio deste bem-aventurado santo, dos perigos que me tem livrado, tanto de corpo quanto de alma. A outros santos parece que o Senhor lhes deu graça para socorrer em uma necessidade; a este glorioso santo tenho experiência que socorre em todas e que quer o Senhor dar-nos a entender que assim como esteve submetido a ele na terra, que como tinha nome de pai - sendo custódio - podia mandar Nele, também no céu faz quanto lhe pedem. E isto o tem comprovado algumas pessoas, a quem eu dizia que se encomendassem a ele, também por experiência; e ainda há muitas que começaram a ter-lhe devoção havendo experimentado.

Insiste a Doutora da Igreja e com humildade aconselha: Se fosse uma pessoa que tivesse autoridade no escrever, de bom grado me estenderia em dizer muito a miúdo as mercês que este glorioso santo tem feito a mim e a outras pessoas. Só peço, pelo amor de Deus, que o prove quem não me crê e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção. Pessoas de oração, em especial, sempre deveriam ser a ele afeiçoadas. Não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo que passou com o Menino Jesus, e não se dar graças a São José pelo bem com o qual lhes ajudou. Quem não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome este glorioso santo por mestre e não errará no caminho (Santa Teresa de Jesus, Vida 6,6,8).

Tratemos de provar esse amor tão poderoso que vem de um coração que tanto fez por Jesus e Maria!
Pe. Hamilton José Naville